Mosteiro de Alcobaça em Portugal: como foi visitar

O Mosteiro de Alcobaça em Portugal é considerado uma das 7 maravilhas culturais do país. Isso despertou nossa curiosidade e decidimos incluí-lo no nosso roteiro. Neste post, vamos te contar como foi visitar esse lugar histórico, Patrimônio Mundial da Humanidade.

Localização do Mosteiro de Alcobaça em Portugal: como foi visitar

O Mosteiro de Alcobaça está localizado em uma cidadezinha com o mesmo nome, Alcobaça, na região central de Portugal, no distrito de Leiria. Fica 120 km ao norte de Lisboa e 110 km ao sul de Coimbra. Uma localização que te permite incluir essa visita em um roteiro de carro pelo país. E foi isso que fizemos! Alugamos um carro para conhecer a região norte e incluímos uma parada em Alcobaça quando saímos de Óbidos. A distância é de apenas 40 Km. Existem outros atrativos nesta região: Santuário de Fátima fica a 43 km, Mosteiro de Batalha fica a 20 km e as Grutas de Mira e de Aire ficam a 33 km.

História do Mosteiro de Alcobaça em Portugal: como foi visitar

O Mosteiro de Alcobaça, cujo nome oficial é Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, é um complexo monástico católico com uma dimensão impressionate. Foi fundado no período medieval, em 1153, pelo primeiro rei português, Afonso Henriques ou Afonso I, sendo um presente a Bernardo de Claraval, pertencente à Ordem Cister, após a conquista sobre os mouros. Esse último sendo canonizado pela Igreja Católica.

O Mosteiro esteve associado com a monarquia durante sete séculos. Chegou a ser o mais rico e influente do país, abrigando quase 1000 monges. Só foi fechado em 1834 com a dissolução dos mosteiros em Portugal. 

Quanto à arquitetura, o complexo do Mosteiro de Alcobaça, composto pelo mosteiro e pela Igreja, foram as primeiras edificações góticas de Portugal. No final do século XIII, o então rei D. Dinis, ordenou a construção do claustro em estilo gótico conhecido como Claustro do Silêncio, considerado o maior do período medieval. Durante o reinado de D. Manuel I, um segundo claustro e uma nova sacristia foram edificados no estilo gótico tardio, conhecido como manuelino. Já no período barroco, esculturas de barros feitas pelos monges e azulejos pintados foram integrados na decoração do complexo.

Se não bastasse toda essa relevância histórica, artística e cultural,o Mosteiro de Alcobaça abriga memórias de intrigas na corte, amor proibido entre D. Pedro e Inês de Castro e curiosidades sobre os monges que tornam a visita mais interessante.  Dentre elas a porta "pega-gordo" existente na cozinha. Por ser estreita, não permitia que monges acima do peso entrasse. Outra seria a construção da maior chaminé do mundo medieval na cozinha do Mosteiro.

Amor proibido entre D. Pedro e Dom Pedro e Inês de Castro - Mosteiro de Alcobaça: como foi visitar

A história de amor proibido entre D. Pedro e Inês de Castro é um dos principais atrativos na visita ao Mosteiro de Alcobaça. Ela é retratada nos dois túmulos instalados em posição de destaque na Igreja. Eles se destacam pela decoração ricamente detalhada se diferenciando da arquitetura cisterciense do restante da Igreja, caracterizada pela simplicidade e pela ausência de detalhes decorativos. 

Os túmulos foram construídos um de frente ao outro, separados pela nave principal, simbolizando a esperança do reencontro após o Juízo Final. A história resumida é que D. Pedro, quando herdeiro do trono português estava prometido em casamento com a nobre castelhana Constança de Manuel. A jovem chega à corte com suas damas de companhia. Dentre elas está a bela Inês de Castro. O príncipe se apaixona e é correspondido e os dois se tornam amantes. O rei Afonso IV é contra o romance e exila Inês de Castro. Após a morte de sua  esposa Constança, durante o parto do seu segundo filho, o príncipe mandou buscar Inês e os dois passam a viver em Coimbra onde nasceram seus outros quatro filhos.  Temendo que o filho primogênito de D. Pedro e Constança, D. Fernando,  sofresse ameaças de seus irmãos nascidos do romance com Inês, o rei Afonso IV manda matá-la. Esse momento trágico ficou marcado na cultura popular com o ditado : Agora, Inês é morta.

O príncipe não perdoou o pai e liderou uma revolta contra ele, iniciando uma guerra civil em Portugal. Quando se tornou rei, após a morte do pai em 1357, foi atrás dos dois assassinos de sua amada e arrancou-lhes o coraçã. Além disso, fez com que ela fosse reconhecida como rainha póstuma ao afirmar que os dois haviam se casado em segredo. Seus restor mortais que estavam sepultados em Coimbra foram trazidos para o Mosteiro de Alcobaça com todas as honras régias para que um dia ele pudesse repousar ao seu lado.

Atrações do Mosteiro de Alcobaça: como foi visitar

Chegamos à tarde de sábado na cidade de Alcobaça. Estacionamos na rua sem precisar pagar por causa do dia e hora. Mas as vagas são poucas.  Em seguida fomos almoçar em uma da lanchonete de esquina em frente ao Mosteriro. Comemos um dos melhores "Bacalhau com Nata" da viagem por um ótimo custo. Existem outros restaurantes e lojinhas com lembrancinhas nessa região. É interessante caminhar e admirar o Mosteiro na sua plenitude, já que sua dimensão é enorme, com seus 220 metros de comprimento.

Igreja do Mosteiro de Alcobaça

Subindo a escadaria, chegamos na Igreja.  Sua fachada reformada no século XVIII é mais detalhada, se constratando com o restante da fachada marcada por muitas janelas. Ao entrar nos deparamos com a grandeza de uma capela em estilo gótico. Arcos ogivais e abóbodas que permitem a construção de espaços amplos e altos, simbolizando uma busca pelo céu. O estilo cisterciense se faz notar pela simplicidade na decoração. 

Chegando perto do altar o ponto alto da visita: os túmulos de D. Pedro e D. Inês. As esculturas e entalhes na pedra são impressionantes. E tudo se torna mais interessante quando conhecemos a história de amor proibido vivida por eles há séculos atrás. Vale salientar que o "nosso" D. Pedro I  é conhecido como D. Pedro IV no reinado português.

Visitamos também o Panteão dos Reis dentro da Igreja. No local estão sepultados outros nobres.

A Igreja é aberta ao público e não há cobrança de ingresso.

Claustro do Mosteiro de Alcobaça

Saindo da Igreja e caminhando para a direita, encontramos a entrada para visitar o Claustro do Mosteiro de Alcobaça. A entrada é paga e custa 15 euros, sendo gratuita para menores e de 12 anos. Existem outros casos de gratuidade no site do Mosteiro.

Percorremos os ambientes do mosteiro praticamente sozinhos e em poucos momentos cruzamos com outros visitantes. No interior não existem funcionários. Vivemos o silêncio do lugar kkk, uma raridade no turismo atual em Portugal.

Logo ao entrar, pudemos admirar o Claustro do Siêncio construído no reinado de D. Dinis. No seu interior, um belo jardim com algumas árvores frutíferas. As aberturas garantem belos registros.

Passamos pela cozinha onde está a famosa porta "pega-gordo". Sua dimensão se constrata com todos os outros elementos construídos. O destaque vai parta a chaminé de 18 metros, a maior construída no período medieval. Outra curiosidade é que o Rio Alcoa foi desviado para bastacer um tanque no fundo da cozinha.

Circulamos pelos outros ambientes deste pavimento, como a Sala dos Reis com abriga estátuas dos monarcas de Portugal. A base é toda de azulejos pintados que contam a história do Mosteiro.

No andar superior passamos pela Biblioteca. O mobiliário foi retirado ficando apenas alguns exemplares para imarginamos como era na época. Passamos também pelo alojamento. Hoje um imponente e enorme vazio, mas possível imaginar como era na época. No fundo do alojamento existe uma porta que leva diretamente na Igreja. Outra saída é para o sobreclaustro que oferece uma bela vista de outra parte da edificação.

Subimos até o terraço. Desse local é possível ver com  detalhes as gárgulas e a torre da Igreja além da amplitude do Claustro.

O que concluímos é que o local é realmente uma maravilha de Portugal e merece uma visita. Uma viagem ao período medieval recheada de histórias.

Se você gosta de conhecer lugares históricos, Portugal é um destino incrível. Olha essa dica do blog Descobrir Viajando: Decobrir o Santuário Bom Jesus do Monte